O crescimento de casos detectados de alergia no Brasil vem crescendo muito nos últimos anos e o perigo maior é o autodiagnóstico e a automedicação. Se você se sente desconfortável depois de comer, se apresenta coceira e placas vermelhas no corpo, alguém do lado já decreta: é alergia. Mas o caso pode ser de intolerância alimentar, que se refere a qualquer dificuldade que o organismo apresente para digerir um alimento. Um dos tipos mais comuns é a intolerânica à lactose, açúcar presente no leite de vaca. Mas o tipo de intolerância alimentar que vem chamando a atenção no momento é ao glúten, proteína presente em grãos como trigo e cevada e que é inofensiva para a maioria das pessoas. Estimativas da Universidade de Brasília indicam que pelo menos 300 mil brasileiros sofrem com essa intolerância - a chamada doença celíaca. E muitos portadores não se dão conta. "Não se faz o exame na rede pública. Essa é uma doença sistêmica, que cria problemas de memória, provoca epilepsia, desnutrição... Uma em cada dez pessoas de baixa estatura deve o problema à doença celíaca", diz Margarida Maria Santana da Silva, Nutricionista da UFG, ela também, uma portadora que já sofreu consequências como abortos de repetição e escreveu o livro Convivendo com a doença celíaca. Diagnosticada por meio de biópsia, a doença celíaca só tem um tratamento: a abstenção do glúten. Apesar de as intolerâncias alimentares serem desconfortáveis, as pessoas que sofrem com elas podem levar uma vida normal. Mas os perigos do autodiagnóstico são reais. "Se a pessoa começa a retirar alimentos da dieta por conta própria pode ficar desnutrida ou com carências nutricionais específicas, como a anemia (deficiência de ferro)", informa Nelson Augusto Rosário Filho, da Asbai. Mas atenção: a falta de diagnóstico pode ser fatal!
Revista Seleções - Junho/2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário